
Selecionando a Coluna Ideal para o Seu Método de Fase Reversa
Escolher a coluna certa para um método de fase reversa pode ser um desafio. Para facilitar esse processo, detalhamos as etapas essenciais que você deve considerar ao fazer sua seleção. Para uma abordagem mais aprofundada, consulte nosso Guia Definitivo de Seletividade para HPLC/UHPLC em Fase Reversa.
Escolhendo o Suporte Sólido Adequado
O primeiro passo na seleção da coluna ideal é definir o suporte sólido correto. A morfologia do suporte impacta diretamente o desempenho cromatográfico, influenciando eficiência, seletividade e robustez. Confira as principais opções:
- Partículas Core-Shell e Organo-Sílica Core-Shell: combinam um núcleo sólido com uma camada porosa, proporcionando maior eficiência, separação mais rápida em comparação às partículas totalmente porosas e economia em gasto com solvente. Ideais para otimizar métodos estabelecidos, aumentar a sensibilidade e produtividade sem necessidade de alteração nos equipamentos.
- Partículas Totalmente Porosas – Sílica Termicamente Modificada: conferem alta eficiência, inércia e robustez. A estrutura porosa modificada termicamente elimina microporos, garantindo maior reprodutibilidade e melhor formato de pico. Indicado para UHPLC, HPLC e HPLC preparativo.
- Partículas Totalmente Porosas – Sílica Tradicional: possuem alta área superficial e excelente resistência mecânica, permitindo escalonamento de análises analíticas para preparativas ou industriais. São ideais para equivalência com colunas de métodos farmacopeicos.
- Partículas Totalmente Porosas – Organo-Sílica: Contém grupos orgânicos incorporados nas camadas da partícula de sílica, tornando-a mais resistente à dissolução em condições de pH elevado. Se você trabalha com métodos em pH extremos, esse tipo de suporte sólido ajudará a prolongar a vida útil da sua coluna.
A Importância da Seletividade
Com o suporte sólido definido, é essencial compreender o impacto da seletividade na separ ação dos compostos. A seletividade (α) tem maior influência na resolução (R) do que a eficiência (N) ou a retenção (k). A maneira mais eficaz de modificar seus resultados cromatográficos é ajustar a fase estacionária da coluna.
A Phenomenex oferece uma ampla variedade de fases estacionárias em diferentes suportes sólidos, otimizando o desenvolvimento de métodos.

Alterar a Seletividade pode Transformar Drasticamente seus Resultados Cromatográficos.

Caracterizando a Seletividade
A forma mais prática de caracterizar a seletividade é utilizando o modelo de subtração hidrofóbica, que considera seis parâmetros das colunas de HPLC e UHPLC. Embora a hidrofobicidade seja o principal mecanismo de retenção na cromatografia de fase reversa, a seletividade também é influenciada por outros fatores:
Interações Hidrofóbicas: As interações hidrofóbicas ocorrem com todos os analitos, estando sempre presentes no processo cromatográfico. Elas são predominantes para compostos neutros, influenciando significativamente a retenção.
Influências Estéricas: As influências estéricas determinam a acessibilidade dos solutos à fase estacionária. Diferenças estruturais entre compostos podem resultar em variações na retenção, devido à seletividade baseada no formato molecular.
Capacidade de Doação de Ligação de Hidrogênio: A capacidade de doação de ligação de hidrogênio (H-bond) está relacionada à presença de grupos funcionais polares ou silanóis expostos na superfície da fase estacionária. A Phenomenex utiliza a modificação intencional da fase para criar superfícies que interagem seletivamente com grupos que aceitam prótons, como bases fracas (aminas e amidas).
Capacidade de Aceitação de Ligação de Hidrogênio: De maneira análoga, a capacidade de aceitação de ligação de hidrogênio permite que a fase interaja com grupos doadores de prótons, como ácidos carboxílicos e álcoois. Esse tipo de interação contribui para a seletividade e a retenção diferenciada de compostos polares.
Seletividade para Cátions em pH 7.0: Em pH neutro, os silanóis residuais na superfície da sílica estão amplamente ionizados, o que intensifica o mecanismo de troca catiônica e influencia a retenção de cátions.
Seletividade para Cátions em pH 2.8: Em pH ácido, a maioria dos silanóis residuais permanece na forma neutra, reduzindo significativamente o efeito de troca catiônica.
Para mais detalhes, acesse o Guia Definitivo para Seletividade em Fase Reversa HPLC/UHPLC (Etapa 2: Seletividade).
Perfis de Seletividade de Coluna
Os perfis de seletividade foram desenvolvidos para proporcionar aos cromatografistas uma abordagem confiável na comparação das fases da Phenomenex, ajudando a identificar aquelas que oferecem a melhor seletividade para seus analitos. Esta seção explora como diferentes parâmetros influenciam a escolha da coluna com base na classe do composto.
Compostos Hidrocarbonetos
A seleção da coluna mais adequada para hidrocarbonetos ou compostos hidrofóbicos é simples: basta comparar os diferentes níveis de hidrofobicidade para determinar a retenção ideal. Quanto maior a hidrofobicidade da coluna, maior será a retenção desses compostos. Por exemplo, a química Kinetex® Polar C18, altamente hidrofóbica, proporciona uma retenção prolongada, permitindo a separação eficaz de um painel de nove esteroides. Em contrapartida, a coluna Kinetex C8, menos hidrofóbica, pode exibir coeluição de alguns desses compostos. Nem sempre uma fase C18 tradicional é a melhor escolha. Em certas situações, menor hidrofobicidade combinada com seletividade diferenciada pode ser essencial para uma separação eficiente e otimização do tempo de análise. A Luna® Omega C18, por exemplo, retém mais longamente 10 canabinoides, enquanto a Luna Omega Polar C18, modificada com grupos polares, reduz o tempo de análise sem comprometer a separação.
Isômeros e Compostos Isobáricos
A escolha de colunas com mecanismos de interação múltiplos é essencial para separar isômeros. A coluna Kinetex® F5 (pentafluorofenil), por exemplo, consegue separar isômeros de metoxibenzeno, enquanto a Kinetex C18, que depende majoritariamente de interações hidrofóbicas, falha nessa separação. Colunas com alta interação estérica são ideais para analitos que requerem separação baseada em diferenças de tamanho e forma.
Compostos com Grupos Hidroxila ou Amina
Para aumentar a retenção, é fundamental explorar o potencial das interações por ligação de hidrogênio. Compostos que contêm grupos funcionais doadores de prótons, como hidroxilas e aminas, apresentam afinidade por fases estacionárias capazes de estabelecer esse tipo de interação. Essas ligações podem ocorrer com os grupos silanóis residuais na superfície da sílica, com grupos de endcapping ou com outros grupos funcionais presentes na fase estacionária. Além da superfície da sílica, grupos polares localizados dentro ou na interface da fase estacionária também podem atuar como aceitadores de ligações de hidrogênio, interagindo com grupos doadores presentes nos analitos. Essa interação adicional proporciona um mecanismo de retenção complementar à hidrofobicidade, contribuindo para uma separação mais eficiente. Ao selecionar uma fase estacionária que combine seletividade hidrofóbica e capacidade de formação de ligações de hidrogênio, é possível alcançar uma resolução significativamente superior, especialmente na análise de compostos altamente polares, onde a retenção baseada apenas em interações hidrofóbicas é limitada.
Compostos Aromáticos ou com Estruturas Cíclicas
Praticamente todas as indústrias que utilizam cromatografia, em algum momento, lidam com a análise de compostos contendo anéis carbônicos, como estruturas aromáticas. Embora esses anéis contribuam para a hidrofobicidade das moléculas, eles também oferecem uma densa nuvem eletrônica pi, capaz de interagir com outras estruturas aromáticas por meio de interações pi-pi. Fases estacionárias que apresentam grupos funcionais aromáticos, como fenóis ou outras estruturas em anel, podem estabelecer essas interações pi-pi com analitos aromáticos, favorecendo a retenção e contribuindo para uma separação mais seletiva. Embora essas interações geralmente sejam mais fracas que as hidrofóbicas, sua influência pode ser significativa, especialmente em misturas complexas. Ao escolher a fase móvel para esse tipo de fase estacionária, é importante considerar o efeito do solvente sobre as interações pi-pi. A acetonitrila, por exemplo, tende a inibir essas interações, enquanto o metanol pode promovê-las, reforçando a seletividade aromática da coluna.
Bases Não Ionizadas e Compostos que Contêm Oxigênio ou Halogênios
Fases estacionárias com alta capacidade doadora de ligações de hidrogênio favorecem a retenção de bases não ionizadas e de compostos contendo oxigênio ou halogênios. Isso ocorre porque esses analitos geralmente possuem pares de elétrons não ligantes que podem atuar como aceitadores de ligações de hidrogênio. Em contraste, colunas com baixa capacidade doadora tendem a apresentar menor retenção para esses compostos. Por exemplo, a coluna Luna Omega Polar C18, com elevada capacidade doadora de ligações de hidrogênio, proporciona maior retenção e separação eficiente de uma mistura contendo oito compostos de natureza ácida, básica e neutra. Já a Kinetex F5, com menor capacidade doadora, resulta em menor retenção e coeluição de vários desses analitos. Essas interações ocorrem entre grupos funcionais acessíveis da fase estacionária como silanóis ou grupos polares modificados e os pares de elétrons livres presentes nos analitos.
Compostos Básicos Polares
A seletividade catiônica de uma fase estacionária em cromatografia líquida desempenha um papel crucial na retenção de bases ionizadas. Colunas com alta seletividade catiônica exibem maior afinidade por compostos básicos, resultando em tempos de retenção mais longos. Por outro lado, colunas com baixa seletividade catiônica tendem a oferecer menor retenção, mas frequentemente proporcionam picos com melhor simetria. Um bom exemplo é a coluna Kinetex® Biphenyl, cuja elevada seletividade catiônica permite maior retenção de opiáceos em comparação com a Kinetex C18, que possui seletividade catiônica reduzida. Esse tipo de comportamento pode ser especialmente útil para afastar compostos básicos das regiões iniciais do cromatograma, minimizando efeitos de supressão e melhorando a resolução.
Compostos Ácidos Polares
A presença de grupos polares carregados positivamente na superfície da sílica ou incorporados à química da fase estacionária pode aumentar significativamente a retenção de compostos ácidos polares. Colunas projetadas com seletividade em modo misto, como a Luna Omega PS C18, contêm grupos funcionais com carga positiva que favorecem interações iônicas com os analitos ácidos. Essa característica resulta em maior retenção e melhor separação quando comparada a colunas que não possuem tais grupos. A interação entre os grupos positivamente carregados e os grupos ácidos dos analitos contribui para o aumento do tempo de retenção e aprimora o desempenho cromatográfico.
Para ver o portfólio detalhado de cada coluna, vá para o Passo 3: Seleção da Coluna no Guia Definitivo de Seletividade em Fase Reversa para HPLC/UHPLC